Antigamente mil ri, hoje uma ri: Provérbio Japonês

Provérbios

Pronúncia de “昔千里も今一里”

mukashi senri mo ima ichiri

Significado de “昔千里も今一里”

Este provérbio significa que distâncias que antes pareciam distantes agora parecem próximas devido ao desenvolvimento do transporte e das estradas.

Expressa como nossa percepção da distância física mudou muito devido ao progresso dos tempos. Lugares que pareciam infinitamente distantes como “mil ri” para as pessoas do passado agora parecem tão próximos quanto “uma ri” nos tempos modernos.

Este provérbio é usado principalmente ao experimentar a conveniência do transporte ou o progresso tecnológico. Por exemplo, é usado ao explicar situações onde viajar para lugares distantes, que era uma grande empreitada no tempo de nossos avós, agora pode ser feito casualmente nos tempos modernos. Também é usado para expressar a diferença entre passado e presente ao ouvir histórias de dificuldades passadas.

Nos tempos modernos, esta expressão é frequentemente entendida como incluindo não apenas o desenvolvimento do transporte, mas também o encurtamento psicológico da distância devido aos avanços na tecnologia da informação. É interpretada no sentido amplo de que as distâncias para lugares e pessoas distantes foram encurtadas através de várias tecnologias.

Origem e etimologia

A origem deste provérbio é considerada baseada nas mudanças nas condições de transporte durante o período Edo. “Senri” (mil ri) é uma unidade de distância da China que tem sido usada para representar distâncias muito longas. Por outro lado, “ichiri” (uma ri) é uma unidade de distância familiar no Japão, equivalente a cerca de 4 quilômetros.

Durante o período Edo, jornadas que anteriormente eram viagens perigosas por trilhas montanhosas traiçoeiras e travessias de rios tornaram-se muito mais fáceis de percorrer devido às melhorias nas estradas. Cidades-posto foram estabelecidas, pontes foram construídas e a largura das estradas foi expandida. Jornadas que antes levavam dias e arriscavam a vida tornaram-se viagens de um dia seguras e confortáveis.

Métodos de transporte como palanquins e cavalos também se desenvolveram, tornando relativamente fácil para pessoas comuns viajar. Além disso, mapas e informações de viagem tornaram-se mais abundantes, reduzindo a preocupação de se perder.

Presume-se que pessoas que testemunharam tais mudanças dramáticas criaram este provérbio com o sentimento de que “jornadas distantes que antes pareciam mil ri agora parecem apenas uma ri.” A surpresa de uma era quando o progresso tecnológico e o desenvolvimento da infraestrutura mudaram fundamentalmente o senso de distância das pessoas está incorporada nestas palavras.

Exemplos de uso

  • Desde que o trem-bala foi construído, Antigamente mil ri, hoje uma ri – viagens de um dia para Tóquio a negócios tornaram-se lugar-comum
  • No tempo do avô, levava meio dia para chegar à cidade vizinha, mas é verdadeiramente Antigamente mil ri, hoje uma ri

Interpretação moderna

Na sociedade moderna, o significado deste provérbio foi ainda mais expandido para se aplicar não apenas à distância física, mas também ao senso de distância na informação e comunicação. Com a disseminação da Internet, entramos em uma era onde podemos conversar instantaneamente com pessoas do outro lado do globo e acessar informações de todo o mundo.

Especialmente para aqueles de nós que experimentaram a pandemia de COVID, a disseminação de reuniões online e trabalho remoto foi verdadeiramente uma incorporação de “Antigamente mil ri, hoje uma ri.” Reuniões que anteriormente exigiam viagens de negócios agora podiam ser atendidas de casa, reduzindo muito a necessidade de viagens físicas.

No entanto, junto com esta conveniência, novos desafios emergiram. O encurtamento da distância paradoxalmente levou à diluição dos relacionamentos humanos e a um reconhecimento renovado da importância da comunicação direta. Além disso, a inundação de informações criou uma necessidade da habilidade de discernir o que é verdadeiramente importante.

Nos tempos modernos, este provérbio abrange não apenas a alegria simples de “as coisas se tornarem convenientes,” mas também a questão “o que perdemos?” Pode estar assumindo um novo significado como uma diretriz para considerar o equilíbrio entre a conveniência obtida através do progresso tecnológico e as experiências humanas perdidas em troca.

Quando a IA ouve isso

Uma pessoa do período Edo levava cerca de 15 dias para caminhar de Tóquio a Osaka. Com o shinkansen atual, são 3 horas. Esta mudança não é apenas uma redução do tempo de deslocamento. Transformou fundamentalmente o próprio “tamanho do mundo” para os seres humanos.

O interessante é que nosso cérebro mede distâncias em “tempo”. Segundo pesquisas em ciência cognitiva, as pessoas julgam a sensação de proximidade e distância mais pelo “tempo necessário para chegar” do que pela distância física real. Ou seja, quanto mais os meios de transporte se desenvolvem, menor o mundo literalmente “parece”.

Por exemplo, para uma pessoa moderna, uma cidade vizinha a uma hora de carro é “perto”, mas no período Edo seria “longe”, exigindo meio dia de viagem. É o mesmo espaço, mas a tecnologia reescreveu completamente a distância psicológica.

Mais surpreendente ainda é que essa mudança também afeta os relacionamentos humanos. Os critérios para “longa distância” entre namorados ou amigos também mudam com o tempo. No período Edo, até mesmo a cidade-estação vizinha seria um “amor à distância”, mas hoje algumas pessoas sentem que o exterior, a algumas horas de avião, é “relativamente perto”.

Este provérbio expressa a peculiaridade da cognição humana: a inovação tecnológica não muda as leis físicas, mas transforma nossa própria “forma de ver o mundo”. A distância objetiva não muda, mas o mundo subjetivo continua mudando drasticamente.

Lições para hoje

O que este provérbio nos ensina nos tempos modernos é a importância de honestamente celebrar o progresso tecnológico enquanto discernimos sua essência. Certamente, viajar tornou-se mais fácil e a comunicação mais conveniente. Mas o que é verdadeiramente importante é o propósito – “para onde ir” e “com quem falar.”

Você também deve experimentar esta “mudança na distância” em sua vida diária. Certamente tem experiências onde tarefas que antes eram difíceis agora podem ser feitas facilmente. Em tais momentos, enquanto é grato por esta conveniência, considere para que a está usando.

Estamos usando o tempo e esforço economizados pela tecnologia para coisas mais significativas? Neste mundo que se tornou mais próximo, estamos encontrando pessoas e coisas verdadeiramente importantes?

Este provérbio nos dá uma oportunidade de parar e pensar. Em vez de ser arrastado pela conveniência, devemos usar essa conveniência para construir vidas mais ricas. Essa pode ser a sabedoria exigida de nós que vivemos nos tempos modernos.

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