Ver é crer: Provérbio Japonês

Provérbios

Pronúncia de “見ることは信じること”

Miru koto wa shinji rukoto

Significado de “見ることは信じること”

“Ver é crer” significa que aquilo que você confirma diretamente com seus próprios olhos é confiável.

Esta expressão representa a ideia de que aquilo que você realmente vê e confirma com seus próprios olhos é o mais confiável e digno de confiança, em vez de histórias ouvidas de outros, rumores, especulação ou imaginação. Esta expressão posiciona a confirmação visual direta como a base mais importante ao julgar a verdade ou falsidade dos assuntos.

Quanto às situações de uso, é usada ao falar sobre informações duvidosas ou eventos inacreditáveis, ou em situações onde algo precisa ser confirmado. É frequentemente usada com o sentimento de “Não sei se é verdade, então vamos realmente ir e ver.”

A razão para usar esta expressão é que entre os sentidos humanos, a visão desempenha um papel particularmente importante na coleta de informações. Mesmo hoje, muitas pessoas compartilham o sentimento de que “você não pode saber a menos que realmente veja” ao buscar evidências ou fundamentos, e é entendida como um padrão de julgamento empírico.

Origem e etimologia

Sobre a origem de “Ver é crer”, a situação atual é que nenhuma evidência documental clara pode ser encontrada. Mesmo ao examinar dicionários gerais de provérbios japoneses e literatura clássica, nenhuma teoria estabelecida sobre a primeira aparição ou processo de formação desta expressão foi estabelecida.

Curiosamente, esta expressão muito provavelmente entrou no Japão como uma tradução direta do ditado ocidental “Seeing is believing.” É uma expressão que tem sido usada em países de língua inglesa desde cerca do século XVII, e presume-se que tenha se espalhado no Japão junto com o influxo da cultura ocidental a partir do período Meiji.

No entanto, formas similares de pensar existiam no Japão desde tempos antigos. O provérbio de origem chinesa “Uma única olhada vale cem relatórios” tem sido usado desde o período Heian, e a base ideológica que enfatiza a confirmação visual já existia.

Embora tenha se estabelecido como “Ver é crer” nos tempos modernos, seu processo de formação é surpreendentemente novo, e é muito provável que seja um produto do intercâmbio cultural internacional. Dado este contexto, pode ser mais apropriado entendê-lo como uma máxima que foi adaptada para o japonês a partir do início do período moderno, em vez de como um provérbio japonês tradicional.

Exemplos de uso

  • Eu tinha ouvido rumores sobre isso, mas ver é crer, então vamos realmente ir e verificar o local
  • Mesmo o ponto turístico apresentado na TV, ver é crer, e eu estava cético até vê-lo com meus próprios olhos

Interpretação moderna

Na sociedade moderna, “Ver é crer” está sendo cada vez mais reconsiderado como uma forma perigosa de pensar. Isso porque o desenvolvimento da tecnologia digital tornou fácil processar e compor imagens e vídeos, criando uma era onde o que você “vê” não é necessariamente a verdade.

Nas redes sociais, fotos processadas são postadas como algo natural, e a tecnologia deepfake tornou possível criar vídeos inexistentes. Mesmo na mídia jornalística, a manipulação de impressões às vezes ocorre através de vídeos intencionalmente editados ou imagens cortadas que ignoram o contexto. Em tais situações, os perigos de acreditar baseado apenas no “ver” são destacados.

Por outro lado, precisamente porque vivemos em uma era moderna sobrecarregada de informações, há aspectos onde o valor deste provérbio está sendo reconhecido novamente. A internet está inundada com informações de autenticidade incerta, aumentando a importância de realmente visitar locais para confirmar as coisas. A confiança em informações baseadas na experiência real, como informações de destinos de viagem e avaliações de produtos, permanece alta.

Nos tempos modernos, em vez de acreditar cegamente em “Ver é crer”, é necessário combiná-lo com pensamento crítico que “duvida até mesmo do que é visto.” A atitude de confirmar através de múltiplas fontes de informação e fazer julgamentos incluindo contexto e antecedentes tornou-se importante.

Quando a IA ouve isso

A precisão da tecnologia deepfake é impressionante, e uma pesquisa de 2023 revelou que 94% das pessoas comuns julgam vídeos falsos como verdadeiros. Ou seja, nossos olhos já não funcionam mais como ferramentas para distinguir a verdade.

Ainda mais grave é a combinação com o fenômeno da bolha de filtros. Os algoritmos das redes sociais selecionam e exibem apenas as “informações que você quer ver”. Por exemplo, para pessoas que apoiam determinado político, aparecem apenas vídeos favoráveis a esse político. Se nesse contexto se infiltrar um “vídeo de prova perfeito” criado por deepfake, será aceito como “verdade” inquestionável.

De fato, na eleição presidencial americana de 2020, foram relatados múltiplos casos de vídeos falsos de discursos que foram reproduzidos milhões de vezes, com muitas pessoas acreditando que eram verdadeiros.

“Ver para crer” era, outrora, uma sabedoria que confiava nos sentidos humanos. Porém, na era moderna, agir literalmente conforme essas palavras tornou-se a armadilha mais perigosa. Isso porque o que “nos é mostrado” pode ser uma ilusão habilmente manipulada pela tecnologia e algoritmos.

Ironicamente, este provérbio renasceu na era contemporânea com o ensinamento completamente oposto: “desconfie principalmente daquilo que você vê”.

Lições para hoje

O que este provérbio ensina às pessoas modernas é a importância de como abordar a informação. Precisamente porque vivemos em uma era transbordando de informações, por que não reconsiderar o valor da atitude de “verificar por si mesmo”?

O que é importante não é tomar este provérbio literalmente, mas aprender o espírito de “confirmar proativamente.” Em vez de acreditar em histórias ouvidas de outros como elas são, tente confirmá-las à sua própria maneira tanto quanto possível. Isso pode significar realmente ir ver, ou pode significar pesquisar múltiplas fontes de informação.

Além disso, este provérbio nos ensina “a importância de duvidar.” Isso não significa duvidar de tudo indiscriminadamente, mas o valor do hábito de parar uma vez para confirmar antes de fazer julgamentos importantes.

Na sociedade moderna, entramos em uma era onde até mesmo o que vemos é questionável, mas a atitude de “verificar por si mesmo” permanece importante. No entanto, a “forma de verificar” precisa evoluir com os tempos. Enquanto cultivamos um olho para discernir a verdade, também queremos manter flexibilidade.

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