Pronúncia de “耳聞は目見に如かず”
Jibun wa mokuken ni shikazu
Significado de “耳聞は目見に如かず”
“Ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos” significa que ver algo diretamente com seus próprios olhos é mais confiável e valioso do que ouvir sobre isso de outros.
Esta frase expressa a diferença entre informação indireta e experiência direta. Não importa quão detalhada seja uma explicação que você ouve, ela não pode se comparar a realmente confirmar algo com seus próprios olhos. Informações ouvidas através de outros podem ser distorcidas pela subjetividade da pessoa que as transmite ou pela imprecisão de sua memória, mas o que você vê por si mesmo torna-se a fonte mais confiável de informação.
Este provérbio é usado quando você quer enfatizar a importância de verificar as coisas por si mesmo ao invés de confiar em rumores ou boatos. Também é usado quando se transmite a importância de julgar com seus próprios olhos ao invés de ser influenciado pelas avaliações ou opiniões de outros. Mesmo hoje, como uma atitude fundamental para discernir a verdade em um mundo saturado de informações, este ensinamento permanece extremamente valioso.
Origem e etimologia
“Ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos” é uma frase que se origina dos clássicos chineses. Esta expressão incorpora diretamente a estrutura do chinês clássico no japonês, expressando o significado de que “o que o ouvido ouve não corresponde ao que o olho vê.”
Na literatura chinesa antiga, diferenças na percepção através dos sentidos eram frequentemente discutidas, e particularmente no pensamento confuciano e taoísta, a importância da experiência direta era enfatizada. A técnica de contrastar os dois sentidos de “ouvir” e “ver” para expressar diferenças na qualidade do conhecimento também era uma característica do pensamento filosófico chinês antigo.
Foi transmitida ao Japão junto com textos clássicos chineses, e expressões similares começaram a aparecer na literatura a partir do período Heian. Os intelectuais daquela época favoreciam o uso de tais expressões antitéticas ao estudar os clássicos chineses.
O que é interessante é que esta frase foi usada em contextos que iam além da mera comparação sensorial para ensinar o valor da experiência no aprendizado e treinamento. Esta antítese foi efetivamente usada ao expressar a diferença entre aprender através de livros e realmente experimentar algo. A razão pela qual foi transmitida até os tempos modernos é provavelmente porque sua verdade universal ressoou com muitas pessoas.
Exemplos de uso
- Eu tinha ouvido sobre a reputação daquele restaurante, mas ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos—quando realmente fui lá, era completamente diferente
- Ao invés de apenas olhar avaliações online, vamos ver o lugar pessoalmente já que ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos
Interpretação moderna
Na sociedade da informação de hoje, o significado de “Ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos” tornou-se mais complexo. Com a disseminação da internet e redes sociais, estamos cercados por vastas quantidades de informação, mas muito disso é informação indireta. Notícias, avaliações, boca a boca, vídeos—várias formas de informação fluem para nós, mas todas essas se enquadram na categoria de “ouvir com os ouvidos.”
No entanto, nos tempos modernos, o conceito de “ver com os olhos” também mudou. Informação visual através de fotos e vídeos tornou-se abundante, e tecnologias como realidade virtual e câmeras 360 graus tornaram possível “ver” sem realmente estar lá. Essas tecnologias borram a fronteira tradicional entre “ouvir” e “ver.”
Por outro lado, problemas com notícias falsas e imagens e vídeos manipulados tornaram-se sérios, fazendo desta uma era onde “ver não necessariamente significa verdade.” Nos tempos modernos, a importância de comparar múltiplas fontes de informação e acessar fontes primárias sempre que possível aumentou.
A essência deste provérbio—”o valor da experiência direta”—permanece importante mesmo hoje. O valor de experimentar roupas em lojas físicas mesmo com compras online, ou o significado de realmente visitar destinos de viagem, nunca será perdido não importa o quanto a tecnologia digital avance.
Quando a IA ouve isso
A tecnologia moderna de deepfake já atingiu um nível em que até mesmo especialistas têm dificuldade para detectá-la. Uma pesquisa de 2023 mostrou que pessoas comuns conseguem identificar imagens geradas por IA com apenas cerca de 50% de precisão, o que equivale ao acaso de jogar uma moeda. Isso significa que nossos “olhos” não são mais órgãos confiáveis para distinguir a verdade.
Particularmente grave é a força do impacto visual na disseminação de informações nas redes sociais. Posts com imagens se espalham cerca de 6 vezes mais do que posts apenas com texto. No entanto, exatamente esse poder de persuasão visual se tornou a armadilha dos tempos modernos. Imagens falsas de desastres, fotografias de propaganda política, publicidade enganosa de produtos – a manipulação de informações que explora a crença de que “uma imagem vale mais que mil palavras” acontece diariamente.
Por outro lado, o processo de “ouvir” – através de múltiplos depoimentos, gravações de áudio e verificação cruzada de dados – embora demorado, tem maior probabilidade de nos aproximar da verdade. As agências modernas de checagem de fatos também começam suas verificações primeiro duvidando das informações visuais e partindo da coleta de informações multifacetadas.
Ironicamente, talvez nossa era de tecnologia da informação altamente desenvolvida seja exatamente o momento em que devemos inverter a sabedoria dos antigos e adotar a postura de que “ouvir vale mais que ver”. É necessária uma atitude cautelosa de “escutar”, sem se deixar enganar pela aparente certeza do que vemos.
Lições para hoje
“Ouvir com os ouvidos não se compara a ver com os olhos” ensina às pessoas modernas a importância de viver sem ser influenciado por informações. Antes de ficar animado ou chateado com informações fluindo através de redes sociais, reportagens da mídia, ou boatos de outros, por que não começar verificando com seus próprios olhos primeiro?
Este ensinamento também tem significado importante nos relacionamentos humanos. Mesmo se você ouvir rumores ruins sobre alguém, não pode conhecer a verdade sem realmente interagir com essa pessoa. Ao não ficar preso por preconceitos e ter seus próprios padrões de julgamento, você pode construir relacionamentos humanos mais ricos.
O mesmo se aplica ao desafiar coisas novas. Antes de desistir depois de ouvir que algo “parece difícil” ou “parece complicado,” tente dar o primeiro passo. Quando você realmente tenta, frequentemente descobre que é mais fácil do que pensava ou mais prazeroso do que esperava.
Embora vivamos em uma era de sobrecarga de informações, o valor de confiar em seus próprios sentidos aumentou precisamente por causa disso. O mundo que você vê com seus próprios olhos é sua verdade. Por favor, continue tendo a coragem de verificar as coisas por si mesmo sem medo.


Comentários