Pronúncia de “足るを知る者は富む”
Taru wo shiru mono wa tomu
Significado de “足るを知る者は富む”
“Aquele que sabe o que é suficiente é rico” significa que aqueles que conseguem se satisfazer com sua situação atual e com o que possuem são os que podem verdadeiramente viver uma vida rica.
A “riqueza” referida aqui não indica simplesmente riqueza financeira. Representa riqueza interior como realização espiritual, paz mental e satisfação com a vida. Em outras palavras, pessoas que conseguem encontrar felicidade dentro de suas circunstâncias sem serem influenciadas por condições materiais externas são verdadeiramente “ricas” no sentido real.
Este provérbio é frequentemente usado para pessoas que estão sofrendo por serem movidas por desejos infinitos. Também é usado em situações onde é importante transmitir às pessoas que estão constantemente insatisfeitas com sua situação atual a importância de mudar sua perspectiva. Na sociedade moderna, há uma forte tendência de se sentir deprimido ao se comparar com outros nas redes sociais ou de constantemente desejar coisas novas, mas este é um ensinamento que devemos lembrar especialmente em tais momentos.
Origem e etimologia
“Aquele que sabe o que é suficiente é rico” é dito originar-se de palavras registradas no Capítulo 33 do “Tao Te Ching” pelo antigo filósofo chinês Laozi. O texto original é “知足者富” (Aquele que sabe o que é suficiente é rico), e foi um dos importantes ensinamentos representando a filosofia de Laozi de wu wei (não-ação) e naturalidade.
O período da Primavera e Outono (por volta do século VI a.C.) quando Laozi viveu foi uma época de caos com guerras contínuas, onde as pessoas lutavam por poder e riqueza. Em tais circunstâncias, Laozi ensinou que ao invés de buscar riqueza material externa, a realização interior era a verdadeira riqueza.
Esta filosofia foi posteriormente incorporada ao Budismo e desenvolvida como o conceito de “saber o que é suficiente”. Foi transmitida ao Japão junto com o Budismo dos períodos Nara ao Heian e também foi enfatizada nos ensinamentos Zen. Está profundamente enraizada especialmente no espírito da cerimônia do chá, e é dito que Sen no Rikyu também valorizava o coração de “saber o que é suficiente” como a essência da cerimônia do chá.
Durante o período Edo, como o aprendizado chinês foi enfatizado como parte da educação samurai, este provérbio também se tornou amplamente conhecido. A razão pela qual foi transmitido até os dias atuais é provavelmente porque tem a universalidade de questionar a felicidade essencial dos seres humanos através dos períodos de tempo.
Exemplos de uso
- Ele sempre diz “Aquele que sabe o que é suficiente é rico” e desfruta de uma vida simples
- Fiquei desapontado por não conseguir a promoção, mas me senti melhor quando lembrei das palavras “Aquele que sabe o que é suficiente é rico”
Interpretação moderna
Na sociedade moderna, a interpretação deste provérbio mudou significativamente. Agora que as redes sociais se tornaram difundidas, estamos constantemente em um ambiente onde nos comparamos com as vidas dos outros. Toda vez que vemos posts glamorosos do Instagram ou histórias de sucesso de amigos, pode ser natural sentir “eu quero mais” ou “eu quero uma vida melhor.”
No entanto, precisamente porque vivemos em tais tempos, o conceito de “saber o que é suficiente” está começando a assumir um novo significado. A razão pela qual o estilo de vida minimalista está atraindo atenção é provavelmente porque mais pessoas estão enfatizando a riqueza espiritual sobre a riqueza material.
Por outro lado, nos tempos modernos, não poucas pessoas entendem erroneamente “saber o que é suficiente” como “não ter ambição” ou “estar contente com o status quo”. Originalmente, este provérbio não nega esforço ou crescimento, mas ensina a importância da sensibilidade para notar a felicidade neste exato momento.
Com o desenvolvimento da tecnologia, ganhamos mais escolhas do que jamais imaginável. No entanto, resultados de pesquisa mostram que ter muitas escolhas na verdade torna mais difícil obter satisfação. Em tais tempos modernos, a sabedoria antiga de “saber o que é suficiente” está sendo reavaliada como uma nova habilidade para sobreviver à era sobrecarregada de informação.
Quando a IA ouve isso
Dados chocantes revelam que cerca de 70% dos ganhadores de grandes prêmios de loteria vão à falência em poucos anos, comprovando a verdade por trás deste antigo ditado. Pesquisas da Universidade Harvard descobriram que pessoas que dobraram sua renda experimentaram um aumento na felicidade que durou apenas 3 meses em média, retornando depois aos níveis anteriores.
Este é o cerne da teoria da Esteira Hedônica. O cérebro humano possui uma função chamada “adaptação” que se acostuma a novos estímulos, fazendo com que carros e casas mais luxuosos se tornem “normais”, não importa o quanto a renda aumente. É como correr numa esteira: por mais que continuemos buscando mais, nunca chegamos ao destino da felicidade.
O fascinante é a existência do “ponto de saturação da felicidade” – a curva de crescimento da felicidade desacelera drasticamente quando a renda ultrapassa cerca de R$ 25.000 mensais. Isso mostra que uma vez garantida a segurança básica de vida, o impacto adicional da riqueza na satisfação emocional diminui drasticamente.
Por outro lado, pessoas que vivem em estado de “saber o que é suficiente” ativam os “circuitos neurais da gratidão”, focando no que já possuem, estabilizando a produção de serotonina e dopamina. Em outras palavras, é uma técnica psicológica que permite extrair mais felicidade da mesma situação ao reduzir nossos padrões de satisfação. Pode-se dizer que é uma receita cientificamente comprovada contra a “síndrome do sempre mais” que assola as pessoas modernas.
Lições para hoje
O que este provérbio nos ensina, pessoas modernas, é que a felicidade não é algo dado de fora, mas algo que cultivamos dentro de nossos próprios corações. Tente prestar atenção aos pequenos momentos da vida cotidiana. O aroma do café matinal, conversas casuais com a família, mensagens calorosas de amigos. Em tais momentos cotidianos que parecem comuns, há na verdade muitas sementes de riqueza escondidas.
O que é importante é não negar o que temos agora, mas primeiro ter gratidão por eles. Claro, ter sonhos e objetivos é maravilhoso, mas enquanto os perseguimos, quero que vocês não percam a felicidade deste exato momento.
Quando se sentirem deprimidos ao se compararem com outros nas redes sociais, larguem o smartphone e olhem para as coisas verdadeiramente importantes ao seu redor. Sua vida certamente tem uma riqueza especial que é unicamente sua. Se conseguirem notar isso, vocês já são suficientemente “ricos.”


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